O Brincar terapêutico, será que ele existe?

Quando falo que sou fisioterapeuta de criança muita gente me diz automaticamente:

“Nossa, deve ser difícil, né?!”

Para mim nunca foi. Tem dias cansativos, dias frustrantes, mais a maioria deles são recompensadores, desafiadores, e cheios de pequenas alegrias, que somadas, me trazem a dose necessária de esperança.

                                      

Pensar no brincar terapêutico não é apenas fazer uma lista dos mais caros e sofisticados brinquedos, das melhores marcas. Criança não sabe o que isso significa, criança descobre e te ensina mil funções e possibilidades com um prato, ou uma garrafa, ou o controle remoto.

 A cadeira vira foguete, o prato vira volante, a garrafa vira buzina, e tá feito o necessário para seguirmos rumo à lua. O tatame azul vira um mar, o rolo vira o barco, e o bastão se transforma no remo que vai nos levar para longe do tubarão, do jacaré, ou nos levar para perto da sereia.

                           

Quando penso no brincar terapêutico acredito que ele começa na mente criativa da criança, encontra os ouvidos atentos do adulto, este se dispõem a se despir do “seu lugar”, e acham juntos o caminho para navegar nesse mundo tão rico, e tão poderoso do desenvolvimento infantil.

Papéis, lápis, tintas, podem construir tantos mundos, permitem tantas conversas construtivas.

                                        

Uma música na sala, a canetinha e o papel, ou mesmo apenas o olhar e as devolutivas que a criança é capaz de dar com um sorriso ou o brilho no olhar, é capaz de nos falar se estamos no caminho certo, ao lado deles.

Para mim, como fisioterapeuta, que muitas vezes tenho que introduzir movimentos novos, recursos novos, atividades mais instáveis e desafiadoras, nem sempre posso deixar a criança dar rumo a terapia toda. Porém, é importante manter os ouvidos atentos para entender os limites, o que o choro ou a irritação significam. Achar o melhor caminho para desenvolver a prática do brincar, alcançar os objetivos motores, e saber que o comando da atividade deve ser mantido, para que a criança não te coloque no bolso, e faça como é mais confortável pra ela, e assim não recebe os estímulos que deveriam ser dados.

Os recursos disponíveis no Vamos Brincar apresentam essa característica, são altamente direcionados, com variabilidade terapêutica, e materiais simples que as crianças amam usar.

Tatiana Brilhante

@tatibrilhanteg

Fisioterapeuta na @neuroreabilitacaofuncional

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