De onde vem o brincar?

Você sabia que a palavra brinca tem origem latina de vinculum. E, na mitologia grega, Brincos eram os pequenos deuses que voavam em torno de Vênus para a alegrar e a enfeitar.

Essa origem de vínculo, laço, passando por adorno (levando em conta que adorno é aquilo que se coloca depois das coisas básicas e obrigatórias) nos faz pensar em quão dispostos estamos em investir com as crianças para formar esse laço de afeto.

Sou mãe, e me vejo dando o básico e necessário, alimentar, dar banho, roupas limpas, casa limpa, escola com tarefas em dia, ser uma mulher que minha filha tenha orgulho e queira se inspirar. Mas, quando estou muito envolvida nessas demandas, minha filha me para e diz: “Mãe, você está esquecendo o principal.”

Ela sabe o lugar de importância que tem na minha vida, e quando não estou dedicando tempo para estreitarmos nosso laço, ela me traz de volta.

Você pode pensar que para esses momentos de diversão é preciso os melhores brinquedos, das melhores marcar, muitas opções de todos os tipos de novidades mercadológicas, te digo que não. Como é divertido e gostoso brincar de pique pega, pique esconde, bonecas e bonecos (não sei os filhos de vocês, a minha sempre escolhe as mais velhas, descabeladas e riscadas, inclusive para acompanhar ela no dia do brinquedo na escola), massinha, uma dança maluca, pintar um desenho, criar um desenho, jogo de mímica, o precioso momento com livros (para nós, uma rotina diária antes de dormir).

          

Não é difícil agradar uma criança, difícil mesmo é agradar a cultura de consumo que fomos acostumados. Difícil é manter o equilíbrio entre dar o que se pode, e usar o que se tem a favor da construção do brincar, e por consequência, do desenvolvimento infantil, do afeto familiar, do ensino de princípios e valores que você deseja que seu filho ou filha tenha.

Não estou de forma nenhuma desvalorizando os recursos que encontramos no mercado, estou apenas lembrando que pode ser simples, e isso também é precioso, e rico em possibilidades.

Afinal, uma folha qualquer, uma aquarela, desenha um mundo que cabe na cabeça, e até mesmo em uma canção.

     Tatiana Brilhante   

                                                                            Mãe da Débora                                                                             @tatibrilhanteg

 

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